sábado, 14 de dezembro de 2013

Memória da Bahia está em risco por descaso com o Arquivo Público.

Tendo sido a primeira capital brasileira, é de se esperar que Salvador guarde importantes documentos da história do Brasil. O que não se espera é que esses documentos estejam em estantes cobertas, improvisadamente, por plásticos para que goteiras no prédio que os guardam não os destruam. A falta de pessoal qualificado agrava a situação.
Para Fátima Fróes, diretora da Fundação Pedro Calmon, entidade responsável pelo arquivo estadual, antes de ser um problema de descaso dos governos estaduais, trata-se de uma questão cultural que atinge todo país. “Os brasileiros não têm a cultura de valorizar sua memória. Estamos tentando mudar essa realidade, através da organização política de quem trabalha com o tema no país”, conta.
Enquanto isso não acontece, entra governo e sai governo, e os problemas do APEB vão sendo remediados lentamente, enquanto as traças fazem seu trabalho com rapidez e eficácia. O edifício histórico, construído no século XVI, sede do arquivo, está localizado numa área da cidade cujo nome anuncia o perigo para os documentos históricos: Baixa de Quintas. Baixa por estar em uma depressão, o que facilita o acúmulo de água em seu terreno. O prédio sofre com a umidade e a deterioração pelo tempo.
Para Tereza Matos, diretora do Arquivo, o ideal seria a transferência da instituição para outro prédio, de preferência novo. “Desde o governo de Paulo Souto, estamos pleiteando um novo edifício. O perfeito seria que ele ficasse no Centro Administrativo da Bahia, pois as principais demandas do arquivo vêm das secretarias”. Ela conta ainda que um estudo chegou a ser feito pela Faculdade de Arquitetura da UFBA para a construção do prédio, em 2007, mas o projeto não saiu do papel.
Fatima Fróes confirma que não existe a possibilidade da construção de um novo prédio, ao menos nesse governo. “Buscamos soluções mais realistas e imediatas”, explica. Segundo ela, a Fundação Pedro Calmon tem procurado um edifício, entre o acervo arquitetônico do estado, para sediar, ao menos, uma parte do arquivo. “É difícil encontrar um prédio que tenhas as especificações técnicas necessárias”, explica.
Ela, no entanto, informa que o prédio da Baixa de Quinta não está tão distante de se tornar um local adequado para o arquivo. Segundo ela, foram feitos estudos no local e constatado que a umidade não é tão destrutiva como se pensava e o outros problemas também são contornáveis. Froés conta que além do processo de requalificação pelo qual o prédio vem passando, existe um grande projeto de restauração cujo estudo será finalizado em janeiro. “Serão cerca de R$ 7 milhões investidos, que devem ser viabilizados através de editais culturais de entidades como o BNDES”, conta.
(Fonte: Tribunadabahia.com.br)

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