Um estudo da Universidade McCaster, no Canadá, publicado na última terça-feira (28) na revista Nature Communications, indicou que bactérias do intestino podem desencadear ansiedade e depressão.
A pesquisa explora pela primeira vez a relação entre os micro-organismos presentes na flora intestinal com os comportamentos decorrentes do estresse. “Mostramos pela primeira vez esta relação que envolve não só a bactéria, mas também seu ambiente”, explica Premysl Bercik, autor do estudo e professor associado de medicina da McMaster.
Neste estudo, os pesquisadores sujeitaram camundongos recém-nascidos ao estresse ao separá-los de suas mães durante três horas por dia, do terceiro ao 21° dia de nascimento.
Nesta primeira etapa do experimento, Bercik e sua equipe atestaram que camundongos normais (os de controle, com complexa microbiota intestinal) apresentavam comportamentos parecidos com ansiedade e depressão quando separados das mães, além de apresentar níveis anormais do hormônio corticosterona. Estes ratos também tiveram disfunção intestinal a partir da liberação de um neurotransmissor importante, a acetilcolina.
Depois, os especialistas repetiram a mesma experiência em condições livres de germes e descobriram que, na ausência de bactérias, os ratos apresentavam os mesmos níveis de corticosterona e a disfunção intestinal, mas sem sinais de ansiedade ou depressão.
Em seguida, a equipe de pesquisadores descobriu que quando os ratos livres de germes e separados das mães eram colonizados com bactérias, os animais passaram a mostrar alterações em suas atividades metabólicas e na composição bacteriana, apresentando quadros de ansiedade e depressão.
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