Foi lançado nesta terça-feira (31), em Salvador, pela Fundação Bahiafarma, o primeiro teste rápido nacional do zika vírus, que apresenta resultado em 20 minutos. O exame será fabricado na Bahia para atender a demanda do Ministério da Saúde, com previsão inicial de produção de 500 mil testes por mês. De acordo com a Fundação, esse é o primeiro teste rápido nacional que obteve autorização para autorização para comercialização e produção pela Anvisa.
O exame detecta a doença em qualquer fase, porque faz o diagnóstico por meio dos anticorpos desenvolvidos pelo corpo da pessoa infectada. O teste é diferente de outros que usavam a técnica “PCR”, que detecta apenas o vírus em si e demorava semanas para apresentar resultado. “Este teste permite encontrar não o vírus, mas a resposta do organismo ao vírus. O teste anterior precisava ser levado a laboratório. Este aqui é rápido e basta separar o soro do sangue e já temos o resultado em 20 minutos.
O diagnóstico é sorológico”, explica o secretário de Saúde Fábio Vilas Boas. Conforme o secretário, com o teste rápido, é possível ampliar o acesso ao diagnóstico em qualquer posto de saúde do país. "O Ministério da Saúde deverá anunciar o seu protocolo para utilização de testes rápidos, de acordo com a Política Nacional de Saúde. Esse teste será oferecido ao SUS de todo país e distribuído aos postos de saúde, UPAs e laboratórios. A previsão é que, após a ordem de compra do Ministério da Saúde, estejamos entregando [o primeiro lote de testes] em 30 dias", diz Vilas Boas. O dispositivo para teste rápido é composto por dois itens, que utilizam uma pequena amostra do soro do paciente.
O primeiro reage ao anticorpo denominado “IgM” e faz o diagnóstico de infecções recentes, de até duas semanas. Já o segundo reage ao anticorpo “IgG, que identifica infecções há mais tempo. Se o resultado for negativo, o dispositivo apresentará apenas um indicador vermelho e, se for positivo, serão revelados dois indicadores vermelhos. O teste rápido foi desenvolvido por meio de parceria entre a Bahiafarma e a empresa sul-coreana Genbody. A pesquisa durou dez meses e o teste já conta com registro da Anvisa, que liberou o uso na segunda-feira (30). A Bahiafarma é um laboratório farmacêutico público, ligado ao governo do estado, que busca desenvolver produtos, serviços e inovação tecnológica para a saúde pública.
O diretor da fundação, Ronaldo Dias, diz que ainda não é possível avaliar o custo de cada um dos testes e o valor de comercialização, porque dependem da quantidade de exames que a Bahiafarma vai produzir. "O custo desse produto está relacionado a quantidade que vai ser utilizada. O uso é totalmente novo. Não se existia uma ferramenta epidemiológica para inquéritos até o momento. Estamos trabalhando para que tenha o menor custo possível, para ampliar o acesso à população nesse momento”, afirma. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), nos últimos 12 meses, foram notificados 105 mil casos suspeitos de zika na Bahia. Somente em 2016, até o dia 5 de maio, foram 36.725 casos registrados.
G1
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