Abrir um novo mercado consumidor para os grãos produzidos no Oeste da Bahia, através do incentivo a estruturação da pecuária leiteira do Vale do Rio Grande. Este foi o objetivo da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) ao participar do I Simpósio de Pecuária Leiteira do Oeste da Bahia, promovido pela Associação dos Produtores de Leite de Riachão das Neves (Rialeite). Realizado no dia 17 de outubro, em Barreiras, o evento reuniu produtores, estudantes, agentes financeiros e representantes de entidades da agropecuária estadual.
Atualmente, o Oeste da Bahia possui um rebanho estimado em cinco milhões de cabeças de gado de corte e de leite, prevalecendo a prática da pecuária de subsistência, com animais sem melhoramento genético e baixo nível tecnológico no manejo. Segundo o presidente da Rialeite, Neuci Vigna, apesar da falta de estrutura, a pecuária é a principal fonte de renda do produtor do Vale. “O Oeste tem potencial para aumentar e regularizar toda sua produção, mas é necessário que os produtores se organizem de tal forma que, o ciclo produtivo funcione”, disse Vigna.
Reforçando a necessidade de organização do setor para gerar desenvolvimento local, o diretor de Projetos e Pesquisa em Agronegócio da Aiba, Ernani Sabai, afirmou durante sua palestra que, os grãos do Oeste que, atualmente, abastecem o Norte e o Nordeste do país, poderiam mudar de rota e suprir as necessidades dos pecuaristas do Vale do Rio Grande. “Os criadores poderiam ter uma economia de 22 a 30% no preço da ração, por exemplo, se estivessem reunidos em uma associação ou cooperativa e buscassem aqui mesmo na região a alimentação animal”, explicou Sabai.
De acordo com os dados apresentados por ele, o Oeste produz 4,2 milhões de toneladas por ano de milho, soja e caroço de algodão, quantidade suficiente para atender as necessidades do rebanho local. A área cultiva corresponde a 1,9 milhão de hectares, podendo ser triplicada caso cresça a demanda do mercado consumidor.
Ascom Aiba
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