Devido a problemas no fornecimento de cereais aos mercados, cerca de 800 mil pessoas precisarão de auxílio alimentar no Níger nos próximos meses, apesar de uma boa colheita no ano passado. Segundo a Organização das Nações Unidas, um influxo de refugiados malineses agravou a crise. O escritório da ONU para coordenação humanitária (OCHA, na sigla em inglês) disse que elas necessitarão de alimentos desde já até o início da próxima temporada de chuvas, que geralmente ocorre em julho e agosto.
A agência afirmou que a situação é crítica em 13 regiões pesquisadas pelo governo em março, onde 84 mil pessoas precisam de auxílio alimentar emergencial.
O OCHA citou problemas no fornecimento de alimentos aos mercados em algumas áreas --como a região mineradora de Arlit, no norte do país, Tahoua, no centro do Níger, e Tillabery, no oeste-- que elevaram os preços de cereais.
Escassez recorrente nos últimos anos forçou pastores a vender gado, incluindo valiosas fêmeas mantidas, normalmente, para reprodução, reduzindo sua resistência a choques alimentares.
A presença de cerca de 60 mil refugiados do Mali --onde uma missão internacional liderada pela França tem batalhado rebeldes islamistas desde janeiro-- exacerbou a escassez de alimentos em Tillaberry e Tahoua, disse o OCHA.
Em 2011, a nação desértica sem acesso ao mar foi afligida pela fome, que afetou quase 6 milhões de pessoas --cerca de um terço de sua população--, em função de uma seca que coincidiu com o retorno de emigrantes que fugiam de conflitos na Líbia e na Costa do Marfim.
O Níger recorreu a doadores internacionais por 354 milhões de dólares em fevereiro para combater a crise alimentícia deste ano, frente a 490 milhões de dólares em 2012 --apenas dois terços dos quais foram recebidos--, disse o OCHA. Informações do Barreiras Notícias.
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