Moradores do município de Serra do Ramalho, no oeste da Bahia, Héricles da Silva Souza e Vanessa da Silva Santos, ambos de 26 anos, buscam uma solução para o problema de saúde do filho. Desde o nascimento, em setembro de 2013, Henrison Hércules da Silva Souza enfrenta dificuldades
para respirar. Ele foi entubado aos três dias de vida.
Ao completar um mês, foi submetido a uma cirurgia de traqueostomia, procedimento que permite a respiração por meio da garganta. Foram quase dois meses de hospitalização. Desde a alta médica, segue com uma cânula (tubo de metal) na traqueia e sem diagnóstico preciso sobre o problema de saúde.
Pai do garoto, Héricles da Silva Souza detalha que o filho nasceu após um período tranquilo de gravidez. "Fizemos o pré-natal. Foi tudo direitinho. Nasceu bem forte com 5,2 kg. Logo após nascimento, percebemos que ele estava com um barulhinho no peito. Os médicos disseram que era normal, que estava um pouco gripado. Era meu primeiro filho, estava muito empolgado. Não sabia que poderia ser um problema", disse.
Nos três primeiros dias, entretanto, Héricles conta que o filho não conseguia se alimentar com o leite materno. "Na madrugada do terceiro dia, começou a apresentar fraqueza. Minha esposa ficou desesperada. Procurei a direção do hospital desesperado e pedimos transferência", diz.
O pai detalha que o filho foi levado para um hospital do município de Bom Jesus da Lapa, onde passou por Raio-X. No mesmo dia, voltou para o hospital de Serra do Ramalho e poucas horas depois foi direcionado para o Hospital do Oeste, na cidade de Barreiras.
"Lá ele foi atendido e os médicos identificaram que ele estava com infecção pulmonar. Ele ingeriu um pouco de líquido [amniótico] no parto. O pulmão estava cheio de líquido. Os médicos identificaram a infecção. Ele começou a se alimentar por meio de uma sonda e a respirar com tubos. Quando a infecção já estava curada, tentaram tirar o tubo. Só que ele [o filho], não respirava. Ficava forçando e cansava muito. Os médicos viram que a traqueia fechava", conta.
Por conta da dificuldade para respirar, o bebê foi submetido, com um mês de vida, a uma traqueostomia. "Ficou 56 dias na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] de Barreiras. Depois, ele teve alta. Nos ensinaram a fazer a limpeza do aparelho colocado na traqueia em casa mesmo. Desde então, vamos para Barreiras cada três meses para fazer a revisão", afirma Héricles.
Da alta médica até esta terça-feira, os médicos já tentaram retirar o aparelho da criança. Entretanto, o menino segue sem conseguir respirar sem a cânula traqueal. "O estado de saúde dele é ótimo. Ele saudável. Ele brinca, se alimenta, é bem extrovertido. O problema é que sem o aparelho ele não respira. Em abril, os médicos solicitaram um exame chamado broncoscopia [exame que permite a visualização das vias respiratórias], para identificar o que impede ele de respirar", diz.
Desempregado há seis meses, Héricles da Silva Souza conta que não tem condições de pagar pelo exame, que custa em torno de R$ 2.500. Ele conta que pediu ajuda à Secretaria Municipal de Saúde, que ainda não emitiu uma resposta ao pedido. Procurada pelo G1, Paulo Eugênio Cruz, que atua na Secretaria, disse que o órgão está empenhado em conseguir o exame.
"Procuramos Guanambi [município vizinho], mas a cidade não faz o exame. Montes Claros faz, mas não trabalha com notas eletrônicas. Enviamos esse pedido para Salvador para a assessoria do Governo do Estado. Eles nos ligaram e conversaram com a nossa Secretaria de Planejamento. Estamos na expectativa de até a próxima semana de termos um resultado. Estamos na torcida", disse. O G1 procurou a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), que ficou de confirmar se o pedido da secretaria municipal está protocolado.
Na expectativa do exame, Héricles fala emocionado sobre os sonhos para o filho. "Ele tem uma irmã de seis anos [filha da esposa]. Ela assopra um balão, ele também quer assoprar. Só que ele não consegue. O ar sai pelo aparelho. Aquilo me corta o coração. Ele é menino esperto, inteligente, já fala algumas palavras. O que queremos agora é que ele possa brincar como todas as crianças, sem preocupação de sujar o aparelho de terra, do aparelho se soltar. Queremos que ela tenha liberdade para brincar", conclui. As informações são do site Barreiras Notícias
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