domingo, 16 de março de 2014

DENUNCIA: Caatinga está sendo aniquilada para alimentar cerâmicas no sertão.

Cenas que indignam! A destruição sem precedentes do que restou das árvores da caatinga. Já abordamos aqui e nos nossos veículos de comunicação impressos, essa atividade ilegal, irresponsável, sem nenhum critério, nenhuma fiscalização, madeireiros, pequenos agricultores derrubando todas as espécies que encontram, para alimentar as fornalhas das cerâmicas que se proliferam por toda essa já sofrida região.
Quando falamos em falta de fiscalização e punições para coibir esse grave crime ambiental, estamos nos referindo à incompetência dos órgãos fiscalizadores, cujos prepostos quase nunca são vistos por aqui e quando passam, “um breve papo com os donos das cerâmicas” é o máximo que observamos. Isso é um absurdo sem tamanho. Ainda segundo o Jornal o Eco, é que em plena luz do dia, observam-se caminhões ilegais, caindo os pedaços de tão velhos, com motoristas irresponsáveis e suas cargas nas alturas, oferecendo todo tipo de risco aos demais veículos e pessoas que trafegam pelas rodovias da região. Transportam por dia, toneladas de madeira ilegal, aí incluso até os restos de umbuzeiros, planta sagrada para o sertanejo.
É importante registrar que a atividade ceramista, antigas olarias, nem sempre são ilegais. Essas indústrias de transformação, são fontes de renda, empregam mão de obra e colaboram para o desenvolvimento. Porém, a maioria trabalha na ilegalidade e está destruindo o resto de mata existente no sertão, contribuindo para um colapso anunciado no ecossistema.
As cerâmicas que produzem blocos, lajotas e telhas para a construção civil, antes atuavam para fornecer esse material apenas para a cidade ou alguns municípios vizinhos. Hoje a coisa se transformou numa grande cadeia de produção, cuja mercadoria é exportada até para fora do Brasil. Essa atividade em grande escala, leva do sertão não somente a argila de boa qualidade aqui encontrada com facilidade, em alguns casos exploram a mão de obra barata e o mais grave, financiam a destruição das espécies nativas da caatinga, para utilizar como única fonte de energia para a produção.
O negócio deve sofrer fiscalização constante, acompanhamento, para que se adeque ao que é legalmente exigido. Já existem exemplos de empresários do setor em outros cantos do país, que introduziram o uso de processos ambientalmente corretos e até já desperta o interesse de compradores de crédito de carbono.
Segundo um dos empresários no norte da Bahia, os resultados foram conquistados com mudanças estratégicas. Uma delas foi o tipo de forno usado na queima de telhas e tijolos, que passou do caipira, com amplas aberturas frontais, para o modelo chamado abóboda, que é mais fechado e de forma arredondada, permitindo melhor aproveitamento do calor e aumento da qualidade de produção. “Antes, a gente tirava 35% de produto de primeira linha. Agora, tiramos até mais de 80%, o que melhorou as vendas”, afirma.
Entre os avanços, ele relaciona o uso de tecnologias simples como estufas para secagem de telhas e tijolos. Ele também passou a usar tubulações que permitem aproveitar o calor de um forno para esquentar outro e ajudá-lo a entrar em operação. “Isso reduziu em dez horas o tempo de aquecimento dos fornos e em até 12% o uso de madeira para a queima”, afirma o empresário que também mudou o tipo de madeira utilizada - antes, boa parte era nativa; hoje, é oriunda de manejo florestal, aliada a materiais alternativos, como restos de poda de cajueiros, farelo e cascas de coco.
Outra empresária do ramo em Juazeiro, também realiza alterações no processo produtivo. Ela reduziu o uso de lenha e já agregou nas fornalhas os resíduos de madeira de serrarias, chamados de briquetes.
Paramirim e região está em processo de desertificação. É preciso evitar o desmatamento e a degradação do solo.
(Da Redação - Jornal O Eco)
(Fonte: jornal o eco)

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