quarta-feira, 2 de setembro de 2015

SAÚDE DOS OLHOS: 8 DOENÇAS OFTALMOLÓGICAS QUE AFETAM OS BEBÊS 9/02/2015 05:47:00 PM GERAL

Felizmente, boa parte dos problemas de visão que acometem recém-nascidos e crianças de até 2 anos são raros. Mas isso não significa que não merecem atenção especial - a maioria dessas doenças ameaça (e muito!) a saúde dos olhos. Os cuidados devem começar já na maternidade, quando se faz o Teste do Olhinho, um exame imprescindível para detectar enfermidades graves. "Ele vê se existe qualquer alteração dentro do olho, na retina, no cristalino, na córnea...", explica Paulo Schor, chefe do departamento de oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O procedimento consiste na identificação de um reflexo vermelho que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. A reação significa que a criança não apresenta nenhum obstáculo ao desenvolvimento da sua visão. Quando o pequeno já estiver em casa, o acompanhamento deve ser feito por meio de consultas anuais com um oftalmologista. "A visão do bebê está em desenvolvimento e demora para chegar ao mesmo nível do adulto", diz a oftalmologista pediátrica Ana Tereza Moreira, professora de oftalmologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Por isso, problemas podem aparecer ao longo do crescimento. A seguir, confira as doenças mais sérias e aquelas que são mais comuns nos primeiros anos de vida.

Estrabismo: Esse problema se caracteriza pelo desalinhamento dos olhos, que apontam direções diferentes. Isso significa que um olho pode estar direcionado em linha reta, enquanto o outro está desviado para dentro, para fora, para cima ou para baixo. "No Brasil, estima-se que 4% da população tenha estrabismo", revela Ana Tereza. Apesar de ser um problema que afeta pessoas de diversas idades, ele é bastante comum na infância.

Conjuntivite neonatal: A conjuntivite neonatal pode se dar tanto por causas infecciosas quanto pela exposição a substâncias irritantes, a exemplo de sabões, cosméticos, fumaça de cigarro e até poluição. Drogas como antivirais e mióticos também podem desencadear o problema. Outra causa desse tipo de conjuntivite é a reação ao colírio de nitrato de prata 1%, aplicado ainda na maternidade.

Retinopatia da prematuridade: Esse problema é causado, na maioria das vezes, devido à intensa exposição dos bebês prematuros que estão em UTIs neonatais ao oxigênio - que bloqueia o desenvolvimento dos vasos da retina. Quando esses pacientes não precisam mais desse recurso, a retinopatia pode dar as caras. "A retina manda sinais para o cérebro de que está faltando oxigênio nos poucos vasos que existem ali. Com isso, começam a se formar novos vasos, que são muito frágeis e podem sangrar, culminando no deslocamento de retina e no maior risco de cegueira", informa Ana Tereza Moreira.

Lacrimejamento: A mais comum é a obstrução total ou parcial das vias lacrimais - o que impede a perfeita drenagem da lágrima pelo canal lacrimal.

Catarata congenita: Ela se caracteriza pela perda da transparência da lente do olho, o cristalino, que se torna opaco. Estima-se que a catarata congênita atinja 0,4% das crianças - e sabe-se que ela é responsável por cerca de 10% das cegueiras na infância. Aqui, a herança genética também conta. Mas não só ela: infecções intrauterinas e doenças como rubéola, toxoplasmose e sífilis também podem desencadear a doença. O principal sintoma da catarata é uma mancha esbranquiçada na pupila. "Ao bater uma foto com flash, por exemplo, dá para ver uma alteração no olho do bebê", exemplifica Ana Tereza.

Alergia ocular: Reação alérgica que acontece nos olhos, principalmente no inverno e na primavera. Diversos fatores podem contribuir para a alergia ocular. "Entre os mais comuns estão pólen, ácaro e pelo de animais", enumera Ana Tereza Moreira.

Retinoblastoma: O retinoblastoma pode ser reconhecido por um reflexo branco (ou "reflexo do olho de gato") que aparece em fotografias. Há casos ainda em que a criança desenvolve estrabismo por conta do tumor ou mesmo começa a perder a visão.

Glaucoma congenito: O histórico familiar também pode contar para o aparecimento do glaucoma congênito. O problema ocorre quando há uma má-formação nas estruturas responsáveis por drenar o humor aquoso, líquido que preenche a parte frontal do globo ocular. "O olho do bebê com glaucoma é maior que o normal, às vezes tão grande que é conhecido como buftalmia, por ser semelhante ao olho de boi", diz a professora da UFPR. Além disso, essas crianças podem ser mais sensíveis à luz e apresentar lacrimejamento. 

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