quarta-feira, 19 de agosto de 2015

ENCONTRO TÉCNICO DISCUTE SUSTENTABILIDADE DA CAFEICULTURA NO OESTE.


Sendo a quarta cultura de maior importância econômica no oeste da Bahia, liderança conquistada nos últimos três anos, o café produzido na região, que têm 70% da produção local destinada ao mercado internacional da bebida, agora investe em pesquisas de manejo de pragas para reduzir os custos na propriedade e atender o exigente mercado consumidor.

Os resultados de um projeto piloto, que busca o uso racional de defensivos agrícolas nos cafezais, foram apresentados durante o Encontro Técnico do Café promovido pela Associação dos Cafeicultores do Oeste da Bahia (Abacafé), Fundação Bahia e Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) entre os dias 14 e 15 de agosto, em Luís Eduardo Magalhães.

Implantado em novembro passado, o projeto tem como conceito o manejo ecológico de pragas (MEP) e atua com um conjunto de ações contra insetos, com foco na preservação e aumento dos inimigos naturais e o uso de técnicas ambientais de manejo, tendo a prática do monitoramento e a amostragem sistemática como suporte para a tomada de decisões. “A melhor pulverização é aquela evitada pelo inspetor de pragas”, defendeu Santin Gravena, engenheiro agrônomo, consultor do projeto e idealizador do conceito (MEP). Nesta primeira etapa, cinco fazendas participaram da iniciativa que tem como ênfase o controle do bicho-mineiro, principal vilão dos cafezais no oeste baiano.

Além da defesa do uso consciente de defensivos, também estiveram na pauta dos cafeicultores e consultores, técnicas de descompactação e subsolagem de solo e o consórcio com braquiária, propostas defendidas pelo engenheiro agrônomo, André Resende. Segundo ele, são medidas que contribuem com o equilíbrio do sistema tanto no aumento do número de inimigos naturais quanto na composição da matéria orgânica e na redução da temperatura do solo. As novidades em tecnologia e pesquisa ficaram por conta das multinacionais e dos centros de estudos distribuídos nas sete estações técnicas no campo experimental da Fundação BA, considerada a maior área experimental privada do país. Atualmente, os estudos com café contemplam 10 hectares em pivô central, sendo cinco em produção e cinco em formação, além de 1.5 ha irrigados por gotejamento, também em formação.

Para o presidente da Abacafé, Marcos Pimenta, “esse tipo de encontro é excepcional para o produtor, tanto em informações técnicas para que ele consiga alavancar sua produtividade quanto para intercambiar informações com outros produtores e gerentes, e assim melhorar o seu negócio”, garantiu.

“Hoje, quando se fala em produzir no agro é indispensável pensar de forma sustentável, pois além de se preocupar com a produção em si e o retorno econômico, temos que nos preocupar com a preservação da cultura na região pensando sempre em longo prazo”, concluiu Zirlene Zuttion, cafeicultora e vice-presidente da Fundação Bahia. Nesta safra 2014/15, a colheita do grão no oeste será de aproximadamente 350 mil sacas, segundo a Abacafé.

Ascom Abacafé

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